sábado, 16 de agosto de 2008

BUSCAS E CONQUISTAS

Atenção, colegas rodoviários! Este espaço é nosso. Suas reclamações e insatisfação não serão mais ouvidas em vão.
A intenção aqui é chegarmos a um senso em comum sobre nossas reivindicações.
Sabemos que as condições de trabalho, à qual nos submetemos, nem sempre são justas conosco. Uma série de leis e exigências, por parte das empresas, que não são passadas de foma correta para os passageiros, nos tornando alvo de desacato e agressão, por parte dos usuários do coletivo.

Retomada de nossa consciência. Retomada de nossa dignidade.

Motoristas, cobradores, despachantes e fiscais unidos, reivindicando um ambiente de trabalho com mais respeito aos rodoviários de todo o país.

Errico Malatesta

CENAS DO NOSSO COTIDIANO


.Passageiro faz sinal fora do ponto, ou pede para deixá-lo fora do ponto. Se o mtorista se nega, é chamado de "péla-saco", e outros palavrões.

.Passageiro gira a roleta, puxa cinquenta reais e diz:_Só tenho essa!

.Motorista vai sair do ponto, olhando (é claro) para o retrovisor esquerdo. Motorista fecha a porta e engata a primeira. Passageiro surge do nada, pula na porta de embarque, e fica preso. Em seguida, motorista é insultado pelo passageiro.

.Motorista nega entrada de uma criança visivelmente maior de cinco anos pela porta de desembarque. Em seguida, todos os passageiros a bordo do ônibus retrucam sobre a atitude do profissional.

.Cobrador barra passageiro com cartão gratuidade de estudante sem uniforme, ou com cartão de terceiro. Em seguida é aviltado ou agredido pelo passageiro, ou outro qualquer, que "compra a briga"

.Cobrador é obrigado a aceitar o pagamento da passagem de qualquer forma. De nota de cinquenta até moeda de um centavo. Nota rasgada é comum. Mas na hora de repassar o troco, tem que ser em nota, e de preferência nova. O troco em moeda de um centavo, ou nota velha, pode gerar uma séria contenda com passageiro. Normalmente o cobrador acaba jogando fora, ou levando para casa, as moedas de um centavo.

.Cobrador é constrangido a permitir que indivíduos suspeitos, pulem a roleta, passem por baixo, ou de dois em dois.

.Motorista é coagido à "dar carona", que na realidade, constitui em uma invasão ao coletivo pela porta de desembarque, feita por moradores de alguma área de risco, por onde passa a linha.


DEPOIMENTO

"O grande problema, é a dificuldade de troco na, principalmente pela manhã. Os passageiros não tem consciência, e dão notas dez , de vinte, às vezes cinquenta, às cinco ou seis horas da manhã. Os passageiros dizem que temos a obrigação de ter o troco. Mas as empresas, que deveriam nos dar o troco todo dia, não estão nem aí!"
Félix Rocha, cobrador, 1º turno

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